Moura
  
O sobrenome Moura significa muralha, muro ou parede na língua portuguesa. Mas seu sobrenome tem várias origens.

Ele faz referencia, em Portugal, a localidade de Moura (toponímico).  Dessa localidade, saiu a história da adoção do apelido (sobrenome) por parte de uma nobre família dos primórdios da formação da nacionalidade de Portugal e a Reconquista dos territórios (Portugal se tornaria independente em 1185).

Na península Ibérica dos anos 711 a 718, os Visigodos expulsaram os Vândalos para a África. E os Visigodos foram por sua vez conquistados pelos Mouros. Os Mouros no século VIII dominaram os Visigodos e se estabeleceram-se em Portugal. No ano de 1107, no Reinado do Rei D. Afonso Henriques, Tudo indica que perdeu para os Mouros a Vila de Moura no Alentejo.

D. Pedro Rodrigues que com seu irmão D. Álvaro Rodrigues tomou o Castelo de Moura aos sarracenos no ano de 1166. Teve D. Pedro vários filhos e entre eles D. Martim Rodrigues, Cavaleiro e Mestra da Ordem de Calatrava, parecendo que teria sido casado antes de ter voto, porquanto seus dois filhos, D. Pedro Martins e D. Álvaro Martins, que também foram Cavaleiros da mesma Ordem, não tiveram dispensa para entrar nela, prova de não haverem sido bastardos. 

Então, vemos que esse sobrenome é de origem puramente portuguesa, fazendo referência à cidade de Moura, atualmente pertencente ao Distrito de Beja, região do Alentejo. A palavra em si traz origens relacionadas aos mouros, antigos habitantes árabes do norte da África. De fato, não é possível remontar a genealogia dessa família em bases documentais anteriores ao século XV.

De D. Martim Rodrigues, Mestre da Ordem de Calatrava, nasceu Vasco Martins Serrão, assim chamado por ser Senhor do lugar de Serrão na serra de Gerês, fidalgo principal do seu tempo, que andou na conquista do reino, senhor da vila de Moura por mercê da Rainha D. Beatriz, em 1253 mulher de D. Afonso III, em pagamento de seus serviços. Por ser também Senhor da Vila de Moura, passou a usar este apelido que transmitiu a seus descendentes. Estes possuíram grandes Morgados, como os de Corte Serrão e Quarteira, e tiveram vários títulos como Marqueses de castelo Rodrigo, dos Moura Corte-real, Condes de Azambuja, concedido em 1763 a D.Antônio Rolim de Moura, 19º Senhor das Vilas de Azambuja e Montargil, Condes de Vale de Reis, dos Mendonça Rolim de Moura Barreto, mais tarde Marqueses e Duques de Loulé, distinguindo-se ainda outros ilustres ramos como os dos Moura Coutinho, Moura Borges,etc.

Outras fontes citam o latim "Maurus", habitante do norte da África, chamada de Mauritânia pelos romanos; por extensão, indicava também o cidadão de pele morena; escura, “pardo como um mouro”. Com a conquista do norte da África pelos muçulmanos no século VII em diante, maurus passou a indicar também sarraceno, árabe, mouro e em decorrência, maurus (moro) passa a indicar também indivíduo sem fé, infiel, incrédulo, pagão, apóstata. Um desses significados motivou o surgimento do sobrenome Moro, embora pareça mais provável que prevaleça o apelativo conferido a alguém por sua tez, barba ou cabelos morenos.

Registros orais também contam que o sobrenome foi adotado por cristãos-novos perseguidos e condenados pela Inquisição. Como já foi dito antes, em Portugal era muito comum que os judeus conversos a religião cristã católica mudassem seu nomes para nomes populares, afim de despistarem o Santo Ofício e evitar outras complicações legais, por isso, muitos deles adotaram o apelido (sobrenome), o que, também dito, não implica que todos os descendentes dos Moura tenham origem em famílias de fé judaica. Mas para abrir outra linha de investigação, existem vertentes que dizem que o sobrenome Moura vem de "Mor", do latim Morus nigra, uma árvore do Oriente Médio, um tipo de amoreira.

Uma pesquisa feita pelo jornalista Roberto Hilas de Moura, em Dezembro de 1999, fala de um tal Bastião De Moura, navegador português da virada do século XV para o XVI, em cujo navio, ele fugiu da Inquisição com a família, indo para Honfleur, França, porto da Normandia. Bastião foi o comandante do Espoir (afrancesamento de Esperança) d'Honfleur, o primeiro navio sob bandeira francesa a chegar à Índia, em 1505.

O pai dele, João De Moura, foi também navegador português de meados do século XV que participou do contorno da África e chegada as Índias (atual Índia).

Esses Mor, eram portugueses desde o século XII, pois lutaram no exército que criou Portugal no século XIII e, por isso, ganharam uma cidade como prêmio do primeiro rei de Portugal. Entretanto, não eram cristãos mas sim judeus de uma família de navegadores do Mediterrâneo, de desde os tempos do Império Romano, que se espalhou por toda a Europa Ocidental (Holanda, Inglaterra, França, Portugal, Espanha, etc.), trabalhando também com o cultivo de propriedades de terra. Ele relata que tal família provinha desde antes mesmo dos romanos, estando presente entre as tribos de Judá, mas tal pesquisa não tem precedente (pelo menos não foi encontrado por nós a não ser em seu próprio site, sem dados).

Atualmente cerca de 544.924 brasileiros(as) têm esse sobrenome.
 
 

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